O Blog:

Não importa se fútil ou cult, aqui tem o que agrada, desperta curiosidade, riso e coisas assim. Sem rótulo e sem pudor, seja fult com a gente!

sábado, 29 de maio de 2010

Passarinho com cabelos de Rita Lee

Estava eu muito bem na internet, cafucando umas coisinhas e li que a Tiê tinha participado ontem (28 de maio) no programa da Rede Globo Som Brasil na homenagem da Rita Lee. Elogios mil (tirando sobre o novo corte de cabelo dela). Fui eu conferir e quase caí da cadeira. Nossa, ficou lindo, do jeitinho da Tiê mesmo. Bem, taí procês se deliciarem

_pra mim o melhor_





_ficou bem boa também_


Apaixonei por tudo, tirando a roupa de peixe de festa dela :X

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Epifanias Bizarras



Bem, hoje me deparei com uma colocação absurdamente infeliz pela Internet, uma espécie de epifania bizarra, mas antes de falar exatamente a respeito, vamos a uma pequena apresentação sobre Rick Bonadio.

Para quem não o conhece, ele é um produtor badalado no mercado fonográfico brasileiro. Já produziu um monte de bandas, em sua maioria pop rock, como Titãs, Charlie Brown Jr, Br’Oz, Luiza Possi e as bandas mais recentes e badaladas como Nx Zero e Fresno. Ah! Não posso deixar de citar que o sapiente Rick produziu o álbum da dupla Et & Rodolfo também.

Não vou aqui falar da qualidade musical das últimas bandas que ele produziu, cada estilo encontra seu nicho mercadológico, e se estão aí até hoje é porque agrada alguém, mesmo que os agradados sejam ouvidos minimamente exigentes. Rick tem seus méritos, seus trabalhos como produtor estão aí pra todo mundo ver e ouvir, azucrinando os ouvidos alheios.

Tudo em paz, cada um no seu quadrado, até que o produtor concede uma entrevista ao “Vírgula” e fala coisas como “fornecer musicas grátis na Internet é burrice” e “banda sem sucesso é porcaria”. Só penso uma coisa: está desesperado vendo que a carreira dele pode ter um fim breve.

A exemplo do Wado, recentemente entrevistado aqui no Varal, e de tantos outros artistas, fornecer a música para download gratuito é um grande passo de adaptabilidade à realidade do mercado fonográfico, estabelecendo com os fãs um novo tipo de relação, e em nada se relaciona a pouca qualidade do trabalho.

É difícil antever processos e fenômenos, ainda mais num momento onde os vinis voltam a ser fabricados e muito procurados, mas é certo que a indústria da música não funciona mais do mesmo modo, em especial com a Internet alcançando as classes D e E. Logo, os artistas que cedem suas músicas para download dão um passo corajoso para esse futuro incerto.

Aliás, com um pouco de habilidade, um computador com softwares certos e mais alguns poucos equipamentos, é possível gravar um EP ou até mesmo um álbum dentro de casa, sem custos absurdos, sem arcar com um PRODUTOR! Isso deve ser realmente assustador para um profissional da área. E o que descrevi é feito por um número crescente de artistas, usando a Internet para alcançarem público, sem gastar milhares para isso, sem se render aos caprichos de um produtor ou à censura de uma grande gravadora.

Outro fala infeliz dele foi querer relacionar sucesso e qualidade musical. Bem, acompanhando esse pensamento tão primoroso, podemos afirmar cegamente que a maior cantora do Brasil é Joelma do Calypso. E o melhor cantor seria sei lá. O Latino? O absurdo me diverte.

Bem, fica aqui o aviso para deixar de se assustar com o que as rádios andam tocando, se depender desse senhor isso não muda tão cedo, afinal, música boa é isso aí que está rolando. E viva a cena independente e os festivais! \o/

Veja a entrevista em vídeo e texto AQUI.

sábado, 22 de maio de 2010

Entrevista com Wado



Essa semana trazemos a entrevista que eu e a Diana fizemos com o Wado. Cantor e compositor "alagoano" que já conhecemos há um tempo e gostamos bastante. De som diverso e singular, Wado mescla poesia de lirismo apurado com crítica social e experimentalismo bem sucedido. Antes da entrevista, vamos a um pequeno hitórico:

"No ano de 2001 Wado lança o seu primeiro CD e chama a atenção dos brasileiros para a nova safra de compositores que fazem “música inteligente”, como bem afirma o jornalista Pedro Alexandre Sanches em matéria para o jornal Folha de São Paulo.
Foi a partir deste trabalho que Wado começou a ser reconhecido e respeitado em outros estados do Brasil, figurou em muitas listas de disco como o melhor do ano. Alexandre Matias, não só colocou o Cd de Wado no topo de sua lista com também escreveu uma crítica com declarações sobre tal escolha, “e agora vem Wado, com seu excelente O Manifesto da Arte Periférica, até agora o melhor disco de 2001. Sai Daft Punk, sai Vídeo Hits - o lugar é deste catarinense radicado em Maceió que conseguiu fazer um disco com sotaque, mas sem soar pós-mangue beat."

Bora pra entrevista!

Desde o seu primeiro CD que você vem obtendo reconhecimento e sendo valorizado através de sua música, que é muito marcada pelo regionalismo até mesmo pelo seu sotaque forte. Alguns artistas que despontam fora do Sudeste do país e pretendem alcançar este mercado, tendem a afastarem-se das referências locais, ou ao menos atenuá-las. Depois de quase 10 anos de carreira percebemos que você ainda mantém-se alagoano, com seu sotaque e sua identidade regional, e ainda assim já alcançou outras praças fonográficas e fez shows pela Europa. É difícil levar seu trabalho a um público cada vez maior e globalizado e ainda assim manter a identidade e continuar autêntico?

No meu caso acho natural ser assim, e considero mais brasileiro que regional o pacote todo das coisas que faço, pois tem muito samba, afoxé e funk carioca nas músicas que ando fazendo. Esses ritmos tem matizes no Nordeste e também no Sudeste. Estou morando em Maceió então isso acentua ainda mais, pois isso e muito a vida diária aqui.


Apesar de acumular premiações, críticas elogiosas e de ter entrado na trilha sonora de Caminho das Índias, ainda não conseguimos te ver como um artista (re)conhecido pelo grande público e frequente em programas de TV com abrangência nacional. Isso gera alguma frustração ou o meio virtual junto dos artistas e do público da música alternativa satisfazem suas necessidades enquanto artista?

Teve momentos que já fiquei sim frustrado, mas isso era um desajuste de percepção minha, acho que a configuraçã da nova cena é essa mesmo, estou num dia a dia viável, aprendi a ser outras coisas além de músico/compositor e isso me fez bem. A vida está boa.


O apoio do governo federal através da Funarte e do Ministério da Cultura mudou o que na sua carreira no que se refere à visibilidade e e criação?

Ano passado foi um ano muito bom por causa disso, sem o Pixinguinha não tinha feito o Atlântico Negro, que me trouxe muitas coisas boas e shows pelo Brasil.


A Farsa do Samba Nublado é para muitos seu melhor CD. Pela qualidade sonora, técnica e até mesmo poética. É também o seu preferido ou tem algum outro xodó?

Meu preferido é o Terceiro Mundo Festivo, mas isso varia de tempos em tempos. Já foi o Cinema Auditivo por um tempo. Depende da época.


Outras artes como cinema, literatura e teatro influenciam na sua música? Se sim, o que mais te inspira? Percebemos também a natureza com uma presença marcante nas suas letras o quanto ela está presente nas suas composições e própria vida?

A vida toda inspira né, as canções brotam de temas, fatos e observações bem inusitadas. Moro numa cidade praiana, gosto de surfar, caminhar na praia, gosto de lugares verdes no frio quando viajo, isso tudo reflete acho pois compor é também uma atividade comtemplativa.


Sabemos que disponibiliza sua discografia completa pela internet. Como lida com esse meio tão abrangente e que não lhe rende lucro diretamente? E o que pensa a respeito das grandes gravadores e seus meios de comunicação em massa que de certa forma restringuem o grande mercado?

Faço isso como estratégia de mercado, acho natural esse fluxo, só torço pra que ele não seja tão voraz e unilateral. Com um Estado maduro e forte pode se ter um pouco mais de legislação e fiscalização, isso acho que é uma coisa pra gente lutar. É um pouco o que diz a canção Reforma Agrária do Ar.


Apesar da mídia ainda renegar o mercado independente ele vem crescendo e cativando público fiel. Com quais nomes desse cenário você trabalha ou prende, quais admira?

Gosto e tenho parcerias com Rômulo Fróes, Lucas Santanna, Momo, Zeca Baleiro, Numismata, Fino Coletivo, Fábio Góes. Acho uma geração muito boa essa minha e tem ainda mais um monte de gente.


Sua trilogia tá completa ( A farsa do samba nublado, Cinema auditivo, Manifesto da arte periférica). Planos pra um próximo projeto?

Esse ano vou fazer um cd/DVD de inéditas. Mas só pro segundo semestre. Será o sexto disco, poderíamos considerar duas trilogias :), nunca pensei assim, mas pode ser que até caiba.




Wado, via e-mail.

Para mais ionformações e para ouvir o som do cara, seguem os links:
http://www2.uol.com.br/wado/
http://www.lastfm.com.br/music/Wado
http://twitter.com/wado

Agradecemos e muito ao Wado pela gentileza em conceder a entrevista.
Abraço a todos!

sábado, 8 de maio de 2010

Violência

Lá vai uma listinha com as cenas mais violentas do Cinema. Cenas geralmente clássicas e pra quem gosta imperdíveis.

Old boy - Eu amo esse filme, fundamental na minha listinha básica. A cena na qual ele briga em um corredor com vários homens e um martelo na mão é impecável e sem cortes e sem dublê. Ele treinou especialmente pra essa cena que ficou impecável. O filme por si só é forte, seco, violento e transformador.

Dogville - Tá, geralmente não iríamos ver esse tipo de filme em uma lista de cenas violentas, entretanto a cena final, o grande soco na boca do estômago ao final do drama explica o motivo (não vou entrar em grandes detalhes pra não estragar a história).

Taxi Driver - Vi recentemente. Clássico inegável. Uma violência com sabor de vingança, de justiça, limpeza de toda a sujeira humana que nos cerca. Bão demais.

Irreversível - Polêmico até o caroço.A cena de estupro com requinte de detalhes assustadores de Monica Bellucci torna-se a marca do filme. Tons de vermelho, cinza, preto.

Baixio das Bestas (nacional) - É daqueles filmes que lhe dá tonturas no final, um nojo das pessoas, do espelho. Matheus Nachtergaele violenta Dira Paes com um objeto e ao final depois de gritos e cachaça no corpo, lambe suas partes íntimas. Um pedaço sujo, seco, estéril de Pernambuco. Ótimo filme.

Albergue - Eu realmente não sei como classificar esse filme, pois metade dele eu passo rindo. Quando um carinha come a perna do outro vivo a luz de velas e música ambiente eu quase caí do sofá com as gargalhadas. Mas, admito que tem umas ceninhas bem tensas.

Kill Bill - O povo acha o Tarantino tenso, sangue demais e blá, blá, blá. Nem acho. Ele tem um lado pop, as trilhas sonoras, essa jogada de mangá, revista em quadrinho. Como em Bastardos Inglórios onde começa a ficar pesado demais ele coloca o Brad com aquele jeitão torto e grosso pra aliviar.

Cães de Aluguel - Tá, o povo pode dizer que é tenso. É verdade. A parte quando cortam a orelha do tira e jogam gasolina nele todo é eletrizante. Aliás, o filme todo é.


Aí vai o triller de Irreversível que dá pra sentir como é o clima do filme.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Entrevista com Bruna Caram


Tempos atrás comecei a escutar um albúm de uma cantora ,até então desconhecida para mim, chamada Bruna Caram. Ouvi uma, ouvi duas e na terceira percebi que aquilo me encantava de uma forma diferente. Quando tocou Um blues não consegui mais parar de ouvir (e olha que essa nem é a música "de trabalho"). Joguei no google, ví clipes (maravilhosos diga-se de passagem), li entrevistas, depoimentos sobre ela, li um pouco da sua vida tão diversificada, tão aberta pra cultura em geral e tão aberta pros seus admiradores. Encontrei seu blog, onde conta sua vida, sua carreira, suas grandezes e miudezas de uma forma tão simples, tão gente de verdade. Aí (abusada mais uma vez) dei a cara a tapa e tentei uma entrevista, e não é que deu certo mais uma vez. Bem, agradeço a Bruna que desde o comecinho foi um doce de pessoa comigo sem nem ao menos me conhecer e a sua produção a Ana Paula Aschenbach, que também foi super atenciosa e atendeu o pedido da entrevista de forma super profissional sem deixar de ser agradável.
Espero que gostem e que seja prazeroso ler como foi pra mim fazer essa entrevista.

Entrevista

01- A música te acompanha desde o berço, com seus familiares, ocupa o ar da sua cidade natal (Avaré - SP), começou a carreira bem cedo e já com 19 anos lança seu primeiro Cd (Essa menina). Quase formada em Educação Musical pela UNESP. A voz e a biografia da Elis Regina mudou sua vida. Em qual ponto ou fato percebeu que a música era fundamental e inseparável da sua vida pessoal e profissional?

(Bruna Caram) - Acho que são duas coisas diferentes. Na minha vida pessoal, a música sempre foi fundamental. Em casa e na minha família, a maneira de a gente estar junto sempre foi cantando e tocando, todos os meus tios e primos estudaram piano e cantam bem, minha mãe foi professora de piano quando eu era menina, e meu avô paterno sempre fez memoráveis rodas de choro no quintal de casa, com os melhores músicos dessa área, e eu sempre os assisti, até o dia que resolvi me meter na roda e começar a cantar. Agora, quanto a ser cantora, é diferente. Resolver ser artista de fato é uma coisa séria, e uma responsabilidade. Basta pensar nos artistas que marcaram sua vida: eles mudaram seu jeito de pensar, de sentir, de ver as coisas, marcaram sua história, fizeram você sair de casa só para ouvi-los. Foi quando eu era adolescente, com uns 14 anos, que percebi, ao começar a estudar canto, que podia fazer algo para mu dar o que existisse ao redor. Minha professora na época, a Lucila Novaes, chorava na aula enquanto eu cantava. Foi quem me abriu os olhos, pensei: Aí tem coisa...


02 - Seu primeiro album foi lançado até no Japão. Apesar de ser seu primeiro trabalho teve uma boa repercussão. Qual foi sua reação ou espectativa com esse trabalho e qual foi o lugar mais inusitado ou inesperado que sua música alcançou?

(Bruna Caram) - Acho que o lugar mais inusitado foi o próprio Japão! (Risos) Que eu saiba, claro. Porque a música, ainda mais hoje, tem disso: voa e voa e vai pra cada lugar que a gente nem imagina... Isso é que é bonito. Não tive o privilégio de cantar no Japão, mas aqui no Brasil já vieram japoneses me assistir cantar por causa do sucesso lá. É inacreditável.


03 - Seu primeiro album tem como compositor principal Otávio Toledo, já o segundo tem uma grande mistura com nomes conhecidos (Lô Borges, Caetano Veloso,Guilherme Arantes) e nomes mais recentes ou não tão conhecidos (Pedro Altério,Dani Black).Você acredita que gravações de nomes mais conhecidos envolvem alguma tática comercial para maior aceitação do CD no mercado fonográfico? Qual sua pretensão pra um terceiro album?

(Bruna Caram) - No meu caso, de jeito nenhum. Nunca pensei em gravar o que ia vender mais fácil. Pensei, sim, em gravar o que as pessoas estão sentindo falta de ouvir. E eu acho que a novidade está mais em falta do que a repetição de sucessos que já foram. Por isso, das 25 músicas que já gravei, apenas 3 são de compositores conhecidos, e todas em versões bastante diferentes das originais. Como sou essencialmente intérprete, gosto de cantar os grandes nomes, mas gosto mais ainda de descobrir novos. Gosto dessa relação com o compositor, de vir em casa, de mostrar, que retocar, de deixar, de dar a música para você gravar. Isso é lindo. Agora, quanto ao terceiro álbum, não posso dizer nada, nem estou pensando nele ainda...

04 - O cenário musical independente tem crescido e sendo respeitado cada vez mais. Artistas enfrentam essa selva e merecem com louvor o lugar alcançado. Como você tem se mesclado com esse grupo e quais nomes pode nos indicar?

(Bruna Caram) - Tenho uma convivência muito grande com vários desses novos artistas que são apontados - inclusive dentre os compositores que gravei estão grandes amigos. Pedro Altério, Pedro Viáfora, Dani Black, Caê Rolfsen, Janaína Pereira (vocalista da banda de forró Bicho de Pé), os meninos do grupo Cinco a Seco, a Trupe Chá de Boldo, o Pitanga em Pé de Amora (do qual participei nos primeiros anos), esses paulistanos são meus irmãos e referências que posso indicar sem medo.

05- Bem, somos curiosos e queremos saber qual o significado dessa tattoo que você tem perto da nuca (e sim, temos 15 minutos pra escutar rs).

(Bruna Caram) - Hahahahahahaa!!!!! Já sabem de tudo!!! Vai lá: esta é uma margarida que desenhei simbolizando minha avó materna, Maria Margarida (que foi cantora de rádio na década de 50), e toda a minha família materna: a margarida tem oito pétalas - minha avó tem oito filhos -, de cada pétala sai uma nova pétala com pequenos pontinhos - que são os filhos que cada filho teve. Além disso, a margarida foi tatuada vista de cima, como que plantada no sangue, e o centro dela, o pólen, o círculo, simboliza meu avô, o centro seguro da família... Isso quer dizer que uns 25 primos, todos os meus tios, eu, meus irmãos, minha mãe e meus avós estão todos tatuados na minha nuca! (Risos) Estão até faltando uns pontinhos, pois mais primos nasceram.. Mas ao lado das pétalas da margarida tem um sinal de crescendo, indicando que essa família continua ascendendo...


06- Sabemos que você mistura todo tipo de arte na sua carreira(música,literatura, dança, teatro), qual tipo de ramificação artística você quer ou pretende se aprofundar mais por agora? E qual delas te auxilia mais namúsica?

(Bruna Caram) - Eu quero a variedade!!! O centro, evidentemente, é a música, e acho que sempre será. Continuo estudando canto, gostaria de voltar a estudar piano, tenho pego ultimamente o cavaquinho, quero lembrar o violão, o pandeiro... Mas tem também o teatro, que estudo, a dança (sapateado e balé clássico, a paixão da minha vida), a literatura... No meu show piano-e-voz, um trabalho paralelo e novo que venho fazendo, já tem textos declamados, trazendo o teatro e literatura para o palco juntos, o que é um antigo sonho meu. Pretendo declamar cada vez mais!


07 - Gostaria de fazer um dueto com qual ícone musical?

(Bruna Caram) - Tantos... Lenine, Milton, Zélia, Gil, Chico, Ney, Stevie wonder (hahahaha)...


08 - Em qual projeto está envolvida nesses últimos tempos e quais lugares pretende cantar?

(Bruna Caram) - Estou de corpo e alma no meu Feriado Pessoal e neste novo show piano e voz, que vem trazendo a possibilidade de, de fato, podermos tocar em qualquer lugar, em qualquer formato. Um é intimista, outro é extravasado, um é para poucas pessoas, outro pode ser para milhares, um tem estrutura enorme com cenário e produção, outro é mais simples. Agora temos show pra dar e vender! Quero esse ano levar meu trabalho pessoalmente para o Nordeste, coisa que nunca consegui fazer, e viajar muito pelo Brasil.


09 - Até que ponto suas criações sonoras são profissionais e quando elas passam essa barreira e se tornam autobiográficas?


(Bruna Caram) - O profissional não descarta o pessoal. Cada música que cantei ou canto, no palco ou em casa, é autobiográfica! Ser artista é deixar a alma exposta ao público, não ter vergonha nenhuma. Quando gargalho ou choro no palco, o que acontece sempre, é tudo verdade, não é "profissional", nem é apenas treinado. O treino, assim como a direção cênica (assinada pela Cris Ferri), são coisas feitas para tornar o show mais espontâneo, não mais duro ou estático. Meu treino é para obter o maior número de ferramentas possível na hora H, para mostrar a verdade, ainda que a áurea seja de fantasia. O que vem para o meu repertório são coisas que vivi. O apuro é profissional, mas a essência é autobiográfica.


Entrevista por DIANA.



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http://www.myspace.com/brunacaram
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http://www.lastfm.com.br/music/Bruna+Caram

Agradecemos e muito a Bruna pela gentileza e disponibilidade em conceder a entrevista e pela simpatia. Mas acima de tudo, agradecemos por compartilhar com todo mundo o talento encantador!

terça-feira, 4 de maio de 2010

Os Negligenciados - Parte I

Hoje começo uma série de posts aqui no blog para falar de grandes talentos que temos e estão escondidos por aí, são pouco conhecidos por algum motivo. Não é pra falar de gente nova surgindo que quer oportunidade, é pra falar de grandes artistas com carreira consolidada, que criam, que acrescentam a música, mas ainda não alcançaram prestígio. Esses são de alguma forma negligenciados pelos grandes canais de TV, não tocam nas grandes rádios, não acham espaço na grande mídia. Muitos se deprimem por isso, deixam a carreira de lado por decepção ou por necessidades financeiras mesmo. Tantos outros lutam a cada dia para produzir shows, divulgarem seus trabalhos, ter grana pra gravar um CD. Então está aberto um espaço para esses artistas aqui, com intuito de apresentar ou relembrar grandes nomes esquecidos, e que seja proveitoso para todos nós!

Para iniciar, quero falar de um grande cantor (e também ator) que conheço há mais ou menos dois anos. Foi paixão à primeira “ouvida”, eu logo me encantei com o timbre desse cara que já revela pelo nome o quão preciosa é sua voz: Rubi.



Dono de voz distinta e atuação cativante, Rubi é um interprete que marca aqueles que o ouvem. Sua performance mostra um vocal talhado em centenas de shows e sua atuação interpretativa é fruto de sua formação em Artes Cênicas na Faculdade de Artes da Fundação Brasileira de Teatro. Juntas, essas duas facetas se unem em alquimia única, de resultado impactante e ao mesmo tempo afetuoso. Foi escolhido o melhor cantor no 8º Prêmio Visa MPB pelo voto popular. Sua arte é quente; evoca diversas imagens, cores, sabores e sensações. Por isso, vem conquistando cada vez mais admiradores pelo país afora.

Lançou três discos solo: “Rubi” (1998, fora de catálogo), “Infinito Portátil” (2005, selo Sete Sóis, disponível para compra apenas nos shows) e “Paisagem Humana” (2007, selo Eldorado, disponível nos shows e no varejo em geral). Já dividiu palco com Ceumar, Oswaldo Montenegro, Cássia Eller, Zélia Duncan, Chico César, Vânia Bastos e Elza Soares, entre outros. Como ator, participou de montagens como Mayã (Oswaldo Montenegro), La Fontaine em Fábulas (Dulce Bressane), A Família Titanic (Mauro Rasi), Negro Anjo Azul (musical escrito especialmente para ele por Ricardo Torres) e foi um dos solistas de Brasil Outros 500 (espetáculo com texto de Millôr Fernandes, músicas de Toquinho e Paulo César Pinheiro e arranjos de Wagner Tiso).


Lembro-me de um amigo no MSN falando de cinema, de atores e assuntos afins, quando comentou que o ator Gero Camilo era um bom poeta. Eu fiquei curioso, afinal, Gero Camilo é um ator também negligenciado, sempre faz de modo muito competente seus papéis porém sem a atenção que merece. Curioso em conhecer esse outro lado do ator, recebi a música Astrolábios, uma parceria de Gero com o excelente Kléber Albuquerque. E ouvi aquilo foi completamente sem precedentes, uma letra profunda e doída cantada por uma voz límpida, cristalina, completamente surpreendente.

Arde-me o siso
Coração ungido a ferrolho
Arde-me entorpecido
Vil vão
Novamente novo




Depois desse primeiro contato, eu não parei nunca mais de ouvi-lo. Foi difícil conseguir as músicas dele, informações ainda eram escassas. Tive de fazer algum esforço, mendiguei músicas com um monte de gente, confesso. Hahaha. E valeu muito a pena, o cara é foda! Uma voz, uma interpretação e uma energia inexplicável. É necessário conhecê-lo.


Diante do espelho
Não sou eu quem me conheço
São meus outros eus
A tilintar a esmo



PS: Destaque para a regravação da música De Onde Vem A Calma (Los Hermanos), uma das mais bonitas interpretações de Rubi. É linda e dói um bocadinho.

Abaixo, um vídeo do Rubi com o genial Vitor Araújo:




Fontes, MP3 e mais informações:
http://www.rubibr.com/
http://www.musicexpress.com.br/Artista.asp?Artista=184
http://xxxmenyyyzzz.wordpress.com/2010/01/21/rubi-_-cantor/
http://www.lastfm.com.br/music/Rubi