O Blog:

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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O triste declínio da “Nova MPB”


A MPB sempre viveu de safras e hiatos, alguns grandes, outros nem tanto. Lá no começo da década de 90 e durante toda sua duração, a grande mídia passou a cria uma tal de “nova MPB”, incluindo grandes nomes femininos que surgia na música nacional. Marisa Monte, Adriana Calconhotto, Ana Carolina e tentaram até mesmo incluir Cássia Eller nesse jogo aí, mas eu não vou jogar a maior rockeira do país nesse meio aí. 

Além, ainda tivemos as cantoras de um só sucesso, que apesar de promissoras, logo caíram no esquecimento. Deborah Blando, Patrícia Marx e mais algumas outras que incluídas em trilhas de novela experimentaram um sucesso vindo tão rápido quanto o posterior ostracismo.

Já nos anos 2000, posso lembrar de Vanessa da Mata e seu surgimento para as massas. Ótima compositora, sempre foi uma cantora superestimada, fato que se comprova por doloridas desafinações em apresentações ao vivo. Teve também o surgimento de Maria Rita, meu amor platônico, que apareceu somente como filha da Elis Regina e nada mais.

Particularidades à parte, todas criaram clássicos instantâneos, foram ovacionadas pelo público e ganharam uma espécie de altar por parte da grande mídia. Merecidamente? Talvez. Adriana Calcanhotto, dentre as citadas, talvez seja a que menos aparece na TV e a que guiou sua carreira de maneira mais brilhante. Calcanhotto não teve medo e não quis viver à sombra de “Vambora”, reinventou-se em Partimpim, voltou aos seus ritmos habituais com maestria e mais uma vez se reinventou com seu ótimo O Micróbio do Samba.

Ana Carolina, a quem já dediquei um texto específico aqui no blog, está apagada desde sua parceria com Seu Jorge. Dois Quartos, seu álbum solo após parceria com Seu Jorge, viveu mais pelas suas polêmicas que pelo que apresentava musicalmente. N9ve é chatinho, cansativo e burocrático, não lembra em nada a velha Ana Carolina cheia de vigor.

Vanessa da Mata ainda anda cheia de suas altos e baixos, ora com excelentes canções, ora com alguma bobeirinha radiofônica que nos empurram goela abaixo meses seguidos. Vanessa talvez seja a rainha do remix, invade as pistas de dança mesmo falando ai ai ai ai ai ai ai trocentas vezes seguidas. Eu gosto dela, queria ter escrito algumas de suas canções e a acho com uma energia ímpar, mas ainda é uma cantora de álbuns irregulares, sem um padrão de qualidade.

Maria Rita, após dois álbuns plurais quanto a ritmos e estilos, se encontrou no samba e finalmente parece ter exorcizado de vez a sombra de Elis a sempre a perseguiu. Maria Rita é uma grande cantora, versátil musicalmente, mas pouco ousada enquanto artista. Tecnicamente é irrepreensível, o carisma admirável, mas leva a carreira com pouca dinâmica, passa anos sem lançar nada.

Por último chegamos a Marisa Monte, uma espécie de bibelô dessa tal “Nova MPB”. Eu gosto de Marisa Monte e claro que muitas de suas músicas fazem parte da vida, de fases e relacionamentos. Acho que quem nunca cantou “Não Vá Embora” com sorriso aberto não sabe o que uma paixão, e quem nunca se contorceu com os versos de “Bem Que Se Quis” é porque não prestou atenção na lascividade da letra.

Cheia dos projetos profissionais e pessoas, vezenquando Marisa some, mas sempre que ressurge fazem festa e batem palma. Em seu último “ressurgimento” Marisa chegou cantando uma música de matar qualquer diabético por tanto açúcar e qualquer letrista pela falta de rima e métrica na música. “Não É Proibido tocou exaustivamente. Chego a cogitar alguma parceria dela com os laboratórios produtores de insulina...

Jujuba, bananada, pipoca,
Cocada, queijadinha, sorvete,
Chiclete, sundae de chocolate,

Uh!
Paçoca, mariola, quindim,
Frumelo, doce de abóbora com coco,
Bala juquinha, algodão doce e manjar.

Uh!

Depois de outro sumiço, agora volta Marisa Monte com Ainda Bem. Comecei já estranhando o título, por ser o mesmo de uma canção da Vanessa da Mata, mas tudo bem, vamos lá ouvir o que essa grande voz tem pra nos mostrar e gente! Que coisinha chata. A música é pobre, ganhou um clipe pobre e não empolga nem se ouvir depois de tomar umas tequilas. Não é ruim, mas é pobre. Uma coisinha morna que vai ter gente falando que é singela, esquecendo-se da linha sutil entre o simples e o simplista. Mais uma parceria de Marisa com Arnaldo Antunes, tem umas rimazinhas e um “na na na na na” típico de Jota Quest.





Alguém duvida que vamos ouvir muito essa música? Vai tocar, claro que vai, e o nome disso é inve$timento. Aparece só quem tem, e as fórmulas são as mesmas sempre. Anderson Silva, celebridade onipresente do momento, participa do clipe para deixar deixar claro o apelo da visibilidade. Som Livre, Sony-BMG e Universal dominam os meios de comunicação em massa.

Enquanto a TV insiste a mostrar as santas do altar, tem uma galera profana fazendo bonito longe dos holofotes. Gente de talento que não precisa viver de memória e mantém viva e rica a música do Brasil. Salve a música impopular brasileira!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Jarle Bernhoft

De tempos em tempos aparece o talento único na música norueguesa. Artistas que têm uma singularidade que logo desperta nosso interesse. Talentos que, independentemente do gênero, dominam muito bem o equilíbrio entre qualidade e musicalidade. Jarle é um desses caras. 

Jarle Bernhoft é um norueguês, cantor, compositor e guitarrista. Nascido em Nittedal, Akershus, Noruega, Bernhoft foi o co-fundador e vocalista da banda de rock Span, surgida em 1999, alcançando relevante sucesso na Noruega e também em parte da Europa. Após o fim da banda, Bernhoft assumiu carreira solo e foi moldando sua musicalidade, distanciando do rock e se aproximando mais do funk e do soul. O resultado contagia. Tentando estabelecer alguma comparação, diria que é uma mistura de Jamiroquai com Jamie Cullum.

Seu primeiro álbum solo em estúdio foi o Ceramik City Chronicles, lançado em 2008 e muito bem recebido pela crítica especializada, também agradou ao público e ficou em quarto lugar nas paradas norueguesas. Já em 2010, Jarle lançou o excepcional 1: Man 2: Band, onde expõe todo seu talento como intérprete e multiinstrumentista, não deixando dúvidas de que veio para ficar e marcar seu território na música mundial, apesar de ainda pouco conhecido por aqui. 

Em 2011 Jarle apresentou um novo trabalho intitulado Solidarity Breaks, mas esse eu ainda não ouvi, então vamos ficando por aqui. Devo dizer que o cara é imperdível e que vale muito a pena conhecê-lo? Os links estão logo abaixo do vídeo.
 


My Space | Site Oficial
Baixar:  Ceramik City Chronicles | 1: Man 2: Band | Solidarity Breaks
PS: sigam @VaralFult

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Blind Pilot lança novo álbum

Para quem ainda não conhece a banda, Blind Pilot foi uma das maiores revelações da música folk no último ano.  A banda que inicialmente contava com apenas dois membros, Israel Nebeker na voz e violão e Rian Dobrowski na percussão, hoje conta com  seis membros e instrumentos como gaita de fole e vibrafone.
A música de Blind Pilot conquista por sua leveza e simplicidade, que fez com que se destacassem no cenário de Portland, Oregon de onde a banda veio e onde há uma grande concentração de bandas folks. São músicas simples que lhe dão uma vontade de ficar cantarolando durante o dia, músicas que cantam a singeleza do cotidiano, das dúvidas diárias. Talvez seja esse o motivo pelo qual eles tenham passado de pequenas "turnês de bicicleta" à grandes concertos com milhares de pessoas.
Com a nova incorporação de novos instrumentos a música tornou-se um pouco mais complexa, mas ainda com seu tom de simplicidade, algo como um lo-fi de qualidade. Seria difícil dizer qual álbum seria o melhor, se 3 rounds and a sound, ou o novo, lançado ontem, We Are The Tide.

E deixo aqui uma pequena amostra do trabalho desenvolvido pela banda no novo álbum.


De Onde Vêm As Boas Idéias?


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Thalmíssima

Hoje no twitter a cantora e atriz Thalma de Freita disponibilizou seu ensaio caseiro com o ótimo violonista Paulão Sete Cordas. O ensaio reúne pérolas como A Flor E O Espinho, Não Foi Em Vão, O Meu Mundo Caiu e até a antiquíssima Risque, que aprendi a cantar ouvindo um LP pura mágoa do Altemar Dutra que minha mãe tinha. É pra dilacerar sem dó, Thalma e sua precisão técnica aliada a emoção:


As loucuras de Natalia Klein

Desde o fim d'Os Normais que uma série de comédia nacional não me chamava a atenção realmente. Fernanda Young e Fernando Machado (roteiristas de Os Normais) tentaram algumas outras coisas, como O Sistema, Os Aspones, mas nada realmente bom e cômico como o casal Rui e Vani. Até mesmo o segundo filme inspirado na série, foi um tanto decepcionante.

Em 2011, destaco um acerto na área da comédia, que é a série Tapas & Beijos, estrelada por Fernanda Torres e Andrea Beltrão. Demorei a assisti-la com assiduidade, mas tenho gostado do que vem ao ar, mesmo com uma ou outra cena de drama no meio, coisa que eu acho pavorosa. Comédia é pra ser comédia, roteiros com dramazinho me tiram o tesão completamente, você tá lá rindo querendo se divertir e entra uma cena melancólica no meio da parada!? Acho absurdo, eu me preparo psicológicamente pra ver comédia, não tem como engolir drama junto. Talvez por esse motivo eu não gostasse de Divã, mesmo com a ótima Lília Cabral no papel protagonista. Macho Man também não me instigou a assistir, Jorge Fernando me cansa um pouco, é muita extroversão pra pouca coisa.

Passado os tropeços, agora creio que a Globo realmente acertou o passo, mas não no seu canal aberto, e sim no Multishow. A série Adorável Psicose é dinâmica e criativa, não há como não rir das loucuras da protagonista, Natalia Klein. 

Natalia é uma jovem que acha dilemas nos mínimos aspectos da sua vida. Qualquer que seja a situação do dia, sua reação não é normal. Por isso, ela decide procurar tratamento com uma psicanalista, a Dra. Frida. As consultas servem para que a personagem revele seus problemas pessoais e sociais. Dra. Frida merece um destaque, é engraçadíssima e já teve uma crise de riso em seu consultório que me causou a mesma reação assistindo. 

A proposta da série é parecida com As Confissões de Penélope, estrelada por Eva Wilma em 1969. Nessa atual versão, Natália é solteira, tendo ao seu lado dois melhores amigos que tentam ajudá-la. No elenco também estão Juliana Guimarães, Carol Portes e Raoni Seixas.

Atualmente, a série está na segunda temporada, estreada dia 12 de maio. Depois de ser redatora do Zorra Total e do Junto & Misturado, Natalia consegue mostrar seu talento de uma forma muito mais visível. As frases dela rapidamente viram bordões e fazem parte do vocabulário do nosso cotidiano. A série está disponível pelo YouTube pelo Zingo Schneider (só assistindo para conhecê-lo, haha) e recomendo muito que assistam! A fotografia de inspiração retrô lembra um pouco Aline, da Rede Globo, é um destaque à parte.