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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Texto maneiraço!


Eu estava muito afim de escrever esse texto há vários e vários dias, mas ficava adiando porque sou um procrastinador. E também nem sei onde começar exatamente. A questão é que nos últimos tempos os adjetivos parecem estar perdendo o seu valor e sua intensidade, de modo que as pessoas não conseguem mais simplesmente dizer que “gostam” de alguma coisa ou de alguém, precisa falar que “adoram muuuuuuito!”. Como se não bastasse adorar, ainda é preciso intensificar em repetidas vogais essa explosão de sentimento.

Navego por aí e vejo comentários em fotos, ninguém é simplesmente bonito porque isso não satisfaz, todo mundo é “liiiindo” e “delícia”. São corpos onde as pessoas “se perdem”, “fazem estrago”, “dá canseira” e por aí vai.

Percebo que as pessoas nem tristes ficam mais, entram direto em depressão. São depressões muito efêmeras, duram uma hora e alguns minutinhos, ou o quanto durar o CD daquela banda “muuuito foda” com músicas “muito lindas!” que você coloca pra tocar no iTunes porque o considera “muito melhor” que o Windows Media Player.

Nada mais é simplesmente “estranho”, hoje as coisas são “bizarras”. Estamos num tempo em que as pessoas choram e riem litros, fazem BFF da noite pro dia e não conseguem viver sem uma infinidade tão relevantes quanto ter uma pulseirinha colorida de silicone. A propósito, o superlativo absoluto sintético de “ri litros” é “MORRI”. Prático, normal.

Vamos adotando esses exageros no nosso cotidiano sem ao menos percebermos, e quando nos damos conta já estamos “a-do-ran-do” a nova série da Globo e, em casos mais graves, escrevendo um depoimento pr’aquela pessoa que conhecemos há menos de 24 horas dizendo que ama.

Em contrapartida a todo esse exagero lingüístico, as relações interpessoais são cada vez mais frágeis, seu BFF pode ser seu desafeto num piscar de olhos. Os sentimentos são efêmeros e superficiais, existem de maneira mais realista em perfis do Orkut e do Twitter que na vida real. Quantidade demais pra qualidade de menos. É preciso reverter isso antes que percamos ainda mais o real significado das coisas. Deixa ser simples.

Não vivo sem vocês! Beeeijos, SEUS LINDOS!

4 comentários:

Diana disse...

Cê esqueceu do "pra caralho" que virou medida, universal, clássica e cotidiana.

Te dolú pra caraio, miguxo! haha

Darlan disse...

É que o "pra caralho" já tá velho pra carai. rs

Luiza disse...

Gostei demaaaaaaaaaaaaais do seu texto amigo!
Lindo lindo lindo!

Você tem que escrever mais!!!!!!!!!!

=DDDDDDDDD

Te amoooooooooo

Frank disse...

Que texto FODA! Muito show!
A-do-rei! É totalmente demais! Na madrugada, aban... ops! haha
Só esqueceu de dar os créditos para a Maísa. Mas tudo bem, prático, normal. rss

Mas agora a parte séria. Eu acho que o apenas "gostei" deveria ter mais valor. Eu já passei por situações de usar um "gostei" e a pessoa achar que eu estava mentindo. E eu tinha gostado verdadeiramente....

Enfim, é um discussão válida!
Gostei rs