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quinta-feira, 10 de maio de 2012

Viva Elis!



No último sábado a cantora Maria Rita esteve em São Paulo com o show Nívea Viva Elis!. Projeto de Marcelo Boscoli, seu irmão e músico, em parceria com a Nívea. A turnê de cinco shows que já passou por Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife e São Paulo, e terá sua última apresentação no Rio de Janeiro, dia 13, serve de homenagem aos trinta anos desde a morte de Elis Regina, um dos nomes mais importantes da Música Popular Brasileira.

O show de São Paulo aconteceu no Parque da Juventude e teve tanta gente acompanhando que, decidi procurar pelos números de público e resolvi desistir. A polícia informa um tanto, a organização outro. Mas a verdade é que estava lotado. Quando Maria pisou no palco, não houve quem não chorasse. Ali não estava só a filha de Elis, a tão criticada Maria Rita, a que copia o modo, a afinação e os trejeitos da mãe. Era a Maria Rita incoporada por Elis. Tudo foi pensado e estudado para que quem assistisse visse no palco, Elis.

E deu certo. Quem esteve por lá e viu a performance de “Saudasosa Maloca” não se conteve. Gritou, chorou, quando Maria arranhava a voz junto à composição de Adoniran Barbosa. Quando gritou e levantou os braços em “Como Nossos Pais”. Quando deixou-se emocionar ao cantar “Me Deixas Louca”. Quando, no ponto alto do show, cantou, sem acompanhamento, “Fascinação”.


Maria é uma das melhores intérpretes dos últimos anos, tão diferente de sua mãe e que precisou fazer um show em homegem a Elis para que a prova fosse dada. Elis não morreu, está viva em cada fã e em sua filha: na gana de cantar, no corpo e na alma.

Um pouco antes das luzes se acenderem e o espetáculo ter acontecido, por duas ou três vezes, a realização do show decidiu passar um documentário sobre o projeto e, dentro dele, algumas cenas do Programa Ensaio, da TV Cultura, em uma das aparições de Elis. Em determinado ponto ela diz que a sua música não havia mudado, mas sim ela mesma havia, a sua alegria e os seus nervos; ela era outra e sendo a música a transa maior da vida dela, isso se refletiria.

A transa maior de todos nós, fãs de Elis, foi vê-la de novo, trinta anos depois de sua morte, no corpo de outra pessoa. Mais uma vez.

3 comentários:

Darlan disse...

Ótimo texto, arrepiei só de ler e não sei como reagiria ao ver isso ao vivo. Elis é gigante, Maria Rita é uma paixão à parte, iniciativa muitissimo louvada a da Nivea. Parabéns pelo texto, Marcelo!

Naiane Julie disse...

Ei, não conhecia esse espaço novo... gostei. Vou explorar! bjs

Rafaelle Benevides disse...

Gostei do novo blog! Saudades de ler seus escritos, vou passar nos outros blogs... bjs.