
Do conto infantil do escritor francês Charles Perrault nasce o filme Pele de asno. Com a belíssima (na época) atriz Catherine Deneuve (a mesma do filme A bela da tarde de Buñuel). Em resumo é uma história de um reino onde o Rei fica viúvo e sua esposa no leito de morte o faz prometer que só se casaria com uma mulher que fosse tão ou mais bela que ela. A filha depois de uns tempos cresce e fica gatchenha como a mãe e seu pai quer se casar com ela. Obviamente assustada com o fato ela diz que só se casa se ele trouxer um vestido com a cor do sol, da cor da lua e cor do mar. E não é que ele faz isso tudo! Aí ela foge, encontra um príncipe, mas sua identidade é acobertada por uma pele de asno para que sei pai não a ache. No final, como em todos os contos, ela fica linda, poderosa e com o príncipe e ainda aparece uma Fada Madrinha que dá a entender que ela teve um casinho com o rei. Praticamente o Programa da Márcia, só faltava a poltrona vermelha. É um ótimo filme, com canções bonitinhas e efeitos lindos. Só que ontem descobri que toda essa história tem um fundo mais bizarro do que parece e tudo termina em sexo.
"Quanto aos bailes são os primeiros jogos amorosos, mas que não se pode ficar até o fim, simbolizando a relação sexual, sob pena de perder os encantamentos. Retorna ao triste destino, deixando o príncipe doente, de desejo. Já, o bolo é o símbolo do órgão genital feminino, sendo nele que se encontra o remédio, o anel. Este, além de símbolo da aliança matrimonial, assume sentido para a sexualidade da personagem masculina. Antes de colocá-lo no dedo, o põe na boca. Sua doença é a infantilidade. Sua cura, transferir a jóia da boca para o dedo e reconhecê-la como um objeto doado, não podendo devorá-lo. Os vestidos também são significativos, fabricados com elementos naturais. Em inúmeras mitologias, esses elementos são deuses e costumam formar uma trilogia indissolúvel: sol-dia-fogo-sexo; noite-treva-mistério-sexo; mar-água-abismo-sexo. Força vital, mágica e concebedora. O número três é considerado o número perfeito ou de harmonia e da síntese dos contrários. Possui poderes mágicos.
Percebe-se que, em “Pele-de-Asno”, Perreault explorou muitos recursos figurativos simbólicos durante a construção da narrativa. Aprofundando-se em seus significados, podemos relaciona-los a fase da adolescência, na qual o jovem descobre sua sexualidade e seus desejos carnais e, também, o anseio de libertação da proteção familiar."
(dados retirados do site http://pt.shvoong.com/books/mythology/1691315-simbologia-em-pele-asno/)
Os clássicos da Disney parem inocentes depois disso. Mas, eu recomendo mesmo depois de toda a sacanagem camuflada.