O Blog:

Não importa se fútil ou cult, aqui tem o que agrada, desperta curiosidade, riso e coisas assim. Sem rótulo e sem pudor, seja fult com a gente!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Cores de Frida Kahlo


Admito (envergonhada) que até então conhecia muito pouco sobre a obra e vida de Frida Kahlo. Um pouco dos seus quadros enigmáticos e que sua vida tinha sido marcada por dores (físicas e emocionais). Há poucos dias pude ver o filme que retrata em perfeição sua obra e, principalmente, vida. Dores, muitas dores. Poliomelite na infância, um acidente de bonde que marca sua vida e quadros. Um homem que entra junto ao bonde na sua lista de catástrofes. Muita bebida, cigarros, homens e mulheres por todo o mundo (até Trotsky). Em um dos quadros retratada a dor de abortar o seu filho que ela queria, mas que seu corpo debilitado não aguentava carregar. Ela juntos todos os pedaços do feto, pôs na sua frente e o pintou. Digamos que suas sobrancelhas juntas, seu andar coxo não sejam tão belos, mas ela me seduziu ao final do filme. Ela pintou borboletas no gesso que prendia seu corpo. Pegou seu marido e sua irmã transando no chão. Ela sofreu, sofre muito. Cores de Frida Kahlo. Arrebatou-me o jeito de dançar, pintar, seduzir com as mãos, beber e cantar para confudir quem a olha. Recomendo! Recomendo vida, obra e cores!

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Silvia Machete


Louca, insana, bêbada a cantar.

Silvia Machete é a cantora que mais me dá vontade de cantar em voz alta. Vestido curto, pomba branca na cabeça, peruca loira, orelhas de coelho, número com 20 bambolês, bananas, batom vermelho. Performance inesquecível. Irreverente, chupão no dedão do pé, NY e RJ, composições próprias e alheias. Bomb of Love - música safada para corações românticos é o seu Cd. Vermelho como seu vestido com um ar de amor de bar. Música romântica em cenário e figurinos de cabaré de família.

Recomendo!


sábado, 24 de outubro de 2009

Película

Oldboy
Cinema coreano me excita, surpreende, enoja e encanta. Oldboy é o terceiro filme da Trilogia da Vingança do diretor Chan-wook Park. Cenas violentas embaladas por música clássica, sangue banha de forma natural a trama, a solidão de um quarto fechado ou de formigas no metrô são retradadas, hipnose explica a insanidade dos fatos, família como resposta e causa das tragédias. O sabor de um biscoitinho da sorte o guiará em nome da sua vingança sem rosto, encontrará nas mãos frias de uma cozinheira de sushi a sua felicidade insana e sua resposta para uma língua cortada. Oldboy é violentamente apaixonante, inquietante, fantástico. A cena de luta de Oh Dae-su é feita sem cortes ou dublê e foram necessários 8 polvos vivos para serem devorados por ele.
Recomendo!


sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Deixa Ela Entrar

Imaginem todos o clichês cinematográficos, literários e até mesmo musicais que existem sobre vampiros. Aversão à luz, sede de sangue humano, pescoços com dois furinhos dos dentes afiados, a violência ao abater uma vítima, o frio da pele e um ar blasé comum aos vampiros, todos estes clichês estão presentes nesse maravilhoso filme sueco. Ah, o que ele tem de diferente dos demais filmes do gênero? Tudo! É um filme estonteantemente belo que mescla com maestria doçura e barbárie ao nos apresentar o personagem Oskar, jovem de doze anos que sofre com maldades de seus colegas de escola, e Eli, menina aparentemente de 12 anos, de uma solidão gritante e cheia de mistérios.


Se procurar pela ficha técnica do filme, lá vai vê-lo classificado como um filme de horror ou suspense. Mas é muito mais que isso. Acima de tudo é um drama que através do romance nos apresenta a complexidade dos personagens e as mazelas da existência humana e da existência vampírica. Os diálogos no filme são poucos e minimalistas, mas tudo fica explícito nos olhos e nos gestos.

Neste filme, a aceitação do que o outro é e a compreensão da condição na qual o outro se encontra é exposta de maneira sutil e brutal ao mesmo tempo, é uma das coisas mais bonitas que já vi no cinema. Recomendo especial atenção no tipo de laço existente entre Eli e o senhor de idade, e também na cena onde conscientemente Oskar a deixa entrar. As nuances são surpreendentes, vale a pena assisti-lo, e o mais rápido possível!


FICHA TÉCNICA

Título original: Let the Right One In (2008)

Duração: 114 minutos

Gênero: Terror

Direção: Tomas Alfredson

País de origem: Suécia

domingo, 4 de outubro de 2009

Cd arranhado

Novo cd da Pitty Chiaroscuro


Terceito álbum com músicas inéditas da Pitty. Com nome escolhido pelos fãs (fanáticos). “Chiaroscuro” quer dizer "claro-escuro" em italiano. Bem, capa bonita, idéia bem elaborada, mas não convence.Ficou comercial. Apesar de muitos apontarem seu amadurecimento, percebo o contrário. Embaixo desse ar denso que eles pintam com tintura aguada há letras mal rimadas, idéias batidas, nada inovador realmente. Ainda tem cara de adolescente emo de 15 anos revoltado. A música de trabalho alcança seu objetivo chiclete de não sair da boca do povo, mas é de refrão fácil, bobo, sem graça. Esse novo cd frustrou todas as minhas espectativas. Não vai me impressionar ela fazer um acústico com o NX Zero e Canto dos malditos na terra da nunca. NÃO recomendo!


quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Natalia Mallo

Natalia Mallo é uma daquelas artistas que quando ouvimos ficamos totalmente encantados, e logo depois um pouco indignados também, por haver coisa tão boa assim e desconhecida do grande público. Nascida na Argentina e residente do Brasil desde 1995, a cantora, compositora, baixista, violonista, produtora e cozinheira, Natalia, já dava as caras no excelente grupo Trash Pour 4, que regrava clássicos do pop com novos e modernos arranjos, e esse ano tive o prazer de descobrir seu disco solo, intitulado de Qualquer Lugar. Com timbre doce e um violão bem gostosinho, as nove canções do disco são um primor! Música pra ouvir no dia-a-dia, seja dentro do carro parado no engarrafamento ou arrumando casa. Os destaques do disco são as canções Coração em Pó e Qualquer Lugar; a primeira é uma metáfora divertida sobre as desgraças amorosas pelas quais todo mundo passa, já a segunda é uma crônica interessante que fala de encontros casuais e minúcias. Abaixo um vídeo de aperitivo:



O CD você encontra clicando aqui.

domingo, 20 de setembro de 2009

Vitrola



Luisa mandou um beijo

Um nome-frase para uma banda carioca de indiepop. Com versos leves e com termos e escolhas do cotidiano. Potes de geléia, Maracanã, guardanapo, luz são elementos para as suas próprias composições. Uma voz que lembra cacos de vidro no liquidificador, porém com um fresco de mar sem sal. Flávia Muniz é a vocalista, Fernando Paiva (guitarra), PP (guitarra), PC (baixo), Shockbrou (trompete) e Luciano Grossman (bateria). Não mostram o rosto com tanta facilidade e misturam Mutantes com MPB. Retrata a vida de pessoas da sua intimidade, cite nomes, mas deixa opções no ar com traços de Cinema Novo. Letras misturadas em harmonia cotidiana e voz levemente aguda. Recomendo!





sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Película



O Leitor (The Reader)


Elenco: Kate Winslet, Ralph Fiennes, Bruno Ganz, Alexandra Maria Lara, David Kross.
Direção: Stephen Daldry


Um adolescente ingênuo lendo em voz alta, holocausto, Kate Winslet nua em uma banheira, um julgamento de uma analfabeta, prisão perpétua. Embalado pela voz hesitante de Michael (Ralph Finnes) a narrativa afoga quem assite o drama em questionamentos. O corpo de Hanna (Katw Winslet) desfila sensualmente, mas com passos de soldado. Ela se faz ouvinte do seu leitor menino. Ele dedica um poema e não lê. Vai a seu julgamento e omite a peça chave da sua liberdade. A sua mais fiel ouvinte troca sua vida por seu segredo e ele respeita isso fumando trezentos cigarros. A trama termina apertando o pescoço de quem vê e pede por um livro ao final do filme para ler em voz alta.

Ralph Fiennes não brilha na tela. Há uma discordância quanto a idade dele na época do romance. Mas, nada abala a tragédia que todos se identificam ao assitir O leitor.

Recomendo!





quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Abrindo as portêra!


Sim, dois estranhos uniram-se em sua futilidade construtiva e decidiram disseminar seus artigos, teses, inutilidade e veneno pelo ar. Levantaremos ideais e idéias sobre as novidades e os clássicos imperdíveis do cinema. Degustaremos com afinco a selva musical e regurgitaremos os sabores suaves das notas e melodias nacionais e internacionais. E, é claro desfiar elogios e críticas divertidas sobre as futilidades que nos cercam e sufocam diariamente. Nada de letras de jornal, discursos sobre o Efeito Estufa ou o resumo da Novela das Oito (Ah, mas A Favorita foi muito boa!), dissertaremos calorosamente quando der vontade, sem amarras ou cobranças. Fale, critique, elogie, xingue. Faça parte de nosso pandemônio organizado. Junte sua peça nesse varal e bata palmas para o louco dançar. No nosso terreiro todos são convidados para um chá alucinógeno. E quem tiver dicas de filmes, músicas, livros ou de algo legal, use e abuse dos comentários. Se não tiver nada pra falar também, não ouse emudecer-se. Continuaremos com nossos respectivos blogs individuais em ritmo normal; os pesos ficam por lá, aqui mais descontração e diversão. Uma última coisa: “Fult” não é criação nossa, vimos em comunidade do Orkut; seria a junção de fútil com cult, um gostoso aparente paradoxo, mas que faz sentido. Enfim, que seja um bom começo, sintam-se todos à vontade. Au revoir!