O Blog:

Não importa se fútil ou cult, aqui tem o que agrada, desperta curiosidade, riso e coisas assim. Sem rótulo e sem pudor, seja fult com a gente!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Saudade do Vermelho

Há pouco mais de dez anos atrás surgia no cenário pop nacional uma contralto que prometia estourar nas rádios com suas letras românticas de grande apelo popular e a voz potente que entoava as canções com precisão e vigor. Não demorou muito para que o grande público descobrisse Ana Carolina, todos entoavam os versos de Garganta, incluída na trilha sonora da novela global Andando nas Nuvens. Seu primeiro CD (Ana Carolina – 1999) ainda incluía regravações primorosas como a de Beatriz e de Tudo Bem.

Apesar do sucesso e dos 100 mil exemplares do primeiro álbum, Ana Carolina ainda era a promessa da MPB contemporânea, nada mais que isso. Em 2001, Ana Rita Joana Iracema e Carolina, seu segundo álbum, veio para confirma que Ana era realmente uma grande cantora, e não somente isso, também era uma excelente compositora (Maria Bethânia, Preta Gil, Moska são artistas que já gravaram suas canções), arranjadora e instrumentista.

O álbum vendeu 250 mil cópias, mais do que o dobro do primeiro, e shows lotados por todo o Brasil, meninas histéricas na frente do palco quase gozando quando Ana Carolina pegava o pandeiro pra tocar (e toca muito bem, só pra constar). Quem De Nós Dois foi a canção chiclete do álbum, tocou em tudo qualquer lugar, se bobear, deve ter tocado até nas missas de domingo.

Em 2003, com sucesso consolidado e uma legião de fãs, Ana Carolina lança o primoroso álbum Estampado, que na verdade foi um projeto que incluía duas outras mídias: um DVD com um documentário mostrando a confecção do álbum, processo de composição e um pouco da intimidade da artista e um outro DVD com o registro do show, nomeado de Um Instante Que Não Pára (lançado já no ano de 2004).

Estampado é um álbum singular, reúne canções grandiosas e arranjos sensacionais. Há canções inéditas que já nasceram como grandes clássicos, como Vestido Estampado. Arranjos de arrepiar como o de Dois Bicudos e sensualidade de sobra nos poemas lidos, no modo como pega o violão, no cabelo vermelho, no olhar, no sorriso malicioso. Estampado foi o princípio do auge de Ana Carolina.

Em 2005, Estampado ainda tinha músicas tocando nos aparelhos de MP3 dos fãs e, em parceria com Seu Jorge, lançaram o CD e DVD Ana & Jorge. Primorosa parceria que estourou em todo país e vendeu 600 mil cópias em tempos de pirataria difundida por todas as esquinas. Ana Carolina mostra no CD sua versatilidade musical, entoando clássicos da MPB, sambas e baladas românticas, como É Isso Aí, que tocou exaustivamente em todas as rádios e programas de TV do país.

Todo mundo falava em Ana Carolina, as mentes mais tradicionalistas descobriram que ela gostava de mulheres, capas de revistas sensacionalizavam o fato, entrevistas na TV... o assunto era Ana Carolina, o auge. Certa vez, num documentário (raramente lembro títulos de documentários) sobre o Vale do Café paulista e fluminense, o narrador disse a seguinte frase que nunca esqueci: "todo auge precede o declínio". E assim aconteceu.

Em 2006 Ana Carolina, agora loira, lançou o CD duplo Dois Quartos, dividindo quase que de maneira didática as canções pop das que ela julgava mais intimistas. De um modo geral, nesse álbum Ana Carolina saiu musicalmente do armário. É um CD sem eufemismos, Ana canta abertamente “eu gosto de homens e de mulheres, e você o que prefere?”, em outra canção ela encarna o ente masculino com versos mais diretos do que os encontrados em letras de funk carioca: “olhou bem nos meus olhos, chupou meu pau”; e o CD ainda conta com a tão falada Eu Comi A Madona (assim mesmo, só com um N, pra evitar possíveis processos). Não é um CD só de tom sexual, ainda tem o hit Rosas, com refrão chiclete que grudou na cabeça de todo mundo, e a lindíssima Carvão. É um CD bom? Sim. Tão bom quanto Estampado? De modo algum.

O sucesso é impiedoso, quanto maior, mais pressão. Todo mundo tem o direito de errar na mão, de se exceder em uma coisa ou outra, e os erros servem de aprendizado para o próximo álbum, certo? É, assim que deveria ser, mas não aconteceu isso no caso de Ana Carolina. Recentemente lançado, o álbum N9ve é chato, cansativo e em nada lembra a Ana Carolina do início da década.

Dessa vez, para conseguir emplacar nas rádios uma canção, a cantora recorreu a fórmula fácil e já usada por Vanessa da Mata e Wanessa Camargo, escrever metade em inglês e metade em português, com algum cantor badaladinho “do estrangeiro”. Unindo a letra bilíngüe ao refrão chiclete, especialidade de Ana Carolina, nasceu Entreolhares, com rimas duvidosas e letra repetitiva. Ana Carolina definitivamente não está no seu melhor momento, o que acho uma pena. Saudade daquele cabelo vermelho e da cantora que sabia ser popular e ter qualidade ao mesmo tempo.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O sétimo selo


Impossível esquecer essa obra prima do cinema que todos, exatamente todos devem assitir. O sétimo selo é um clássico primordial na vida dos cinéfilos. As falas são de um lirismo adocidado apesar de toda a descrença em Deus e na Terra que o personagem principal carrega. A história é sobre um cavaleiro que volta de uma Cruzada da Fé e vê seu país devastado pela Peste Negra. É tudo uma grande reflexão sobre a vida e a morte se apresenta de forma surpreendora. A cena fundamental do filme é o cavaleiro jogando xadrez com a morte onde será decidido se ele morre ou vive. Ele brinca, ri e faz versos com a morte. Deus não aparece na trama, ele está nas discussões, mas somente a morte se faz presente com a face a mostra e uma longa veste negra. Ingmar Bergman (sueco) traz o existencialismo, o medo do apocalipse. Só que não é possível trapacear, os únicos sobrevivente são os artista, malabaristas, circenses. Eles se encontram, comem morangos silvestres. Eles de mãos dadas, dançam em meio ao sol fogem e escapam da morte. Eles, os flagelados. Somente eles escapam. Recomendo!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Foi apenas um sonho


O filme começa numa conversa boba, uma festa, um cigarro barato, um flerte. Decadência. Os primeiros 15 minutos, 20 minutos são extremamente maçantes, tediosos. Dá vontade de sair correndo daquilo tudo. Comecei a me desiludir com o filme. Até que me deparei com a reviravolta do caos minguado. A fuga pra Paris. Percebi (e me senti estúpida) que o tédio era proposital, aquela vida era uma casa grande, um emprego estúpido e saber disso, uma trepada com a secretária bobinha. Aí a vontade de desaparecer aumenta, de tudo, deles, do filho que ainda vai nascer. Esse feto tem 12 semanas pra se salvar e não rasgar os passaportes pra Europa. 12 semanas, esse é o tempo. Pra mais uma trepada no banco de trás com o vizinho, só que agora ela. Lágrimas que entopem a pia da cozinha. Ela não o ama. Nunca amou. Só o usou pra sair da sua própria vida renegada. Depara-se com o mesmo papo inútil de uma conversa que arrastou ao nada. Gritar, não ajuda, mas espanta. Gritar. O maluco no almoço de domingo fala a verdade. Tem pena, piedade dela. Ela foi arrastada por ele, pelos filhos e termina sendo arrasta pelos seus próprios atos de fuga.Leonardo Dicaprio é desnecessário, não brilha, não faz falta. Kate Winslet devora como sempre, encantadoramente fundamental.
Recomendo!

domingo, 10 de janeiro de 2010

A melhor música de 2010!

Logo abaixo o vídeo da melhor composição do ano, já é hit, já é sucesso!! Vou colocar a letra pra facilitar o acompanhamento do vídeo também. Espero que gostem. rs



Letra:
vai,vai,vai,vai.......tcha nã nã.....
Aí vem o meu amô que eu qro ti dizê
falá que eu ti amo e não vivo sem você.
Vc na minha vida, vc é tão especial
Faria qualquer coisa pra num te fazerem mal.
O meu olhá no meu, o meu olhá no seu
Você me conquistou me envolveu me enlouqueceu
Com esse teu jeitinho sedutor e especial
mudou a minha vida sem vc não é legaaal.
tchá na na,vai vai vai vai,na na na na na (bis)

Por isso eu te amo e le canto esta canção
declarando meu amor do fundo do coração
Não quero nunca mais saber de um outro alguém
Entreguei meu coração amor igual a você não tem
na na na naaaa vai vai vai vai,na na na na na...
áuuuu!!!!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

A brutalidade sutil


Intitulado de Pecados Íntimos no Brasil, este é um filme de extremos. Ora sutil com imagens adocicadas, ora brutal com cenas e diálogos agressivos. É um filme que precisa ter estômago, pois não é fácil de digeri-lo. Brutal, sutil, melancólico, vívido, atordoante... são muitos os adjetivos que cabem para descrever esse ótimo filme. Nas primeiras cenas repletas de pompa e glamour não somos capazes de antever o que está por vir. O luxo e glamour das cenas inicias do filme vão se desfazendo a partir que as personagens nos são apresentadas cruamente, exibindo suas patologias, suas manias e seu erros humanos num drama realístico, sem grandes excessos fictícios. Julianne Moore está impecável no papel da esdrúxula Bárbara, muito preocupada com seu status social e as regalias que consegue com seu sobrenome de Brooks (Stephen Dillane), seu marido, com quem concebeu o filho Tony (Eddie Redmayne). O filme dá saltos no tempo até a adolescência de Tony, vivida em Paris dos anos 60, que se tornou um garoto amargurado que busca no álcool saídas para seus dramas pessoais e autoconhecimento. A narrativa ágil sobrepõe cenas que mostram Bárbara sempre absorta em suas futilidades, Brooks ocupado com hobbies e Tony amargurado com o mundo ao seu redor e o casamento conflituoso de seus pais. São personalidades interessantíssimas, que acrescidas de temas tabus como homossexualidade, poligamia e incesto revelam uma trama de final verdadeiramente surpreendente e imperdível!


Pecados Inocentes (Savage Grace)
Nacionalidade: EUA/Espanha,
Ano: 2007
Duração: 97 min
Gênero: Drama
Direção: Tom Kalin
Roteiro: Howard A. Rodman
Elenco: Julianne Moore, Eddie Redmayne, Stephen Dillane, Elena Anaya, Belén Rueda, Hugh Dancy

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Passividade Paranormal


Num desses domingos de tédio resolvi ir ao cinema ver o famigerado filme Atividade Paranormal. É um filme com tratamento caseiro, tudo muito rudimentar, fator que deixa o espectador bem mais próximo das cenas mostradas na telona. Roteiro, fotografia, trilha sonora ou direção, coisas essenciais pro cinema, parecem não existir nesse filme. O ponto positivo da película é conseguir deixar o público atento por uma hora e meia, observando “o nada” acontecendo. Não tem nada de assustador e nem chega perto disso, muito tempo se espera pra ver uma gordinha chata e mimada sendo puxada de sua cama pela perna por algo invisível, seguindo-se um final decepcionante. Não vale a pena gastar tempo e dinheiro com isso, assistir algum programa da Igreja Universal mostrando a Sessão do Descarrego sai mais barata e é muito mais emocionante e divertido!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Remake de Deixa Ela Entrar



Há um tempo atrás publiquei aqui minha opinião sobre o maravilhoso filme sueco "Deixa Ela Entrar", e hoje dando uma olhada pela internet, me deparei com a notícia que os EUA fizeram um remake do mesmo. Segue a reportagem de Arianne Brogini a respeito da refilmagem:

Deixa Ela Entrar é um dos filmes de vampiro mais originais de todos os tempos e foi eleito recentemente o mais assustador da década. É sueco e estreou por lá em 2008.

Com a ótima recepção que teve mundo afora, a produção ganhou um remake americano. Totalmente desnecessário, é verdade. O que acontece? O povo dos EUA não pode ver um filme sueco? Não sabem ler legenda? Enfim.

O longa, agora em inglês, se chama Let Me In (o original é Let the Right One In). A direção é de Matt Reeves e os atores são: Elias Koteas como o policial, Cara Buono como a mãe de Owen e Sasha Barrese como Virginia. Nos principais papeis estão Kodi Smit-McPhee como Owen e Chloe Moretz como Abby.

A versão hollywoodiana, segundo os produtores, será fiel à original, mas buscará ter uma identidade própria. Tanto é que a história vai se passar em solo americano.

Quem está produzindo Let Me In é a Hammer, estúdio ingês clássico que produziu centenas de filmes de terror nos anos 60. Vários deles estrelados pro Christopher Lee no papel de Drácula. Depois de fechar as portas, a empresa voltou à atividade no século 21 graças ao investimento da Exclusive Media Group.

A nova versão está prevista para estrear nos EUA em 2010.


Suecos, vai aí uma sugestão? Por favor, façam os remakes da saga Crepúsculo, urgente!!