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domingo, 6 de maio de 2012

MPB Até Quando?


A Música Popular Brasileira há muito já é indagada até que ponto é popular, agora, creio que é hora de indagarmos até que ponto é brasileira.

Na última década podemos notar um movimento de resgate da cultura nacional através de artistas que surgiam no cenário musical e outros tantos que já estão aí na estrada por mais tempo. Movimento especialmente concentrado no Rio de Janeiro e, mais recentemente, na região Norte.

São Paulo é um caso a parte, por ser uma metrópole sempre bebeu de muitas fontes externas, tornando difícil caracterizar seus frutos artísticos como autóctones. Como exemplo, temos Thiago Pethit, Tiê e Mallu Magalhães, que são artistas que cantam e compõem em outros idiomas e até veneram um estilo que não é característico do nosso cenário cultural. Já no Rio de Janeiro, onde a música brasileira sempre teve lugar cativo, algo vem mudando desde o último ano.

Na última década o samba voltou à tona, deixamos as influências do nosso rock oitentista para trás e nomes como o de Roberta Sá, Teresa Cristina, Casuarina, Diogo Nogueira e outros que mesmo não sendo sambistas, beberam da fonte e se influenciaram. Vale lembrar que até mesmo Adriana Calcanhotto, artista já consagrada há duas décadas, compôs e lançou um ótimo álbum de samba, O Micróbio do Samba. Ana Carolina vez ou outra grava um samba, compõe outro para alguém e daí por diante...

Contudo, não sei se numa tentativa de ser global ou por modismo, os últimos lançamentos dos artistas de música brasileira nos trazem gravações em outros idiomas. Isso não seria problema se estas se encaixassem nos seus respectivos álbuns, algo que, em minha opinião, não acontece.

Creio que o caso mais evidente desse estrangeirismo está no Mais Uma Página, aguardadíssimo CD de Maria Gadú. São três músicas em inglês/espanhol que destoam do restante do álbum, não encaixam ali e são as piores do álbum, fazendo um hiato no clima da coisa. Roberta Sá (Segunda Pele) e Mariana Aydar (Cavaleiro Selvagem Aqui Te Sigo) também apresentaram gravações em língua estrangeira e o problema é o mesmo supracitado. Não é por bairrismo, mas realmente me soa artificial essa nova onda. Que não dure, amém.

2 comentários:

Marcelo R. Rezende disse...

Amém, porque não gosto, mesmo.

Naiane Julie disse...

Gostei do texto e concordo em partes. Vendo por outro ângulo, talvez seja "só pra variar", já dizia o Renato Russo, "se forem cantar em inglês, faça o favor, cantem assim ó...." Abraço, amei o blog